terça-feira, 10 de julho de 2012

Albicocca - Toscana!


Quem acompanhou o roteiro inicial da viagem deve ter percebido que Paris, Veneza, Padua e Verona, não estavam no script. Va bene, fazem parte da improvisação. Onde o vento me levou...Agora volto ao roteiro: Toscana. Hospedada com uma pessoa maravilhosa, o Pietro. Que no primeiro dia já me levou a uma fazenda que processa frutas e verduras orgânicas.

Preciso confessar que nunca fui fã de damasco in natura. Adoro a fruta seca, mas sempre foi frustrante, comprar no supermercado, naquela bandeijinha de isopor com duas frutas e o preço de uma dúzia, aqueles pseudo pêssegos. Achava que tinha algo errado com as frutas que chegavam até mim.
Mas minha chegada na Toscana coincidiu com a época da colheita da albicocca, ou damasco pra nós. E cá estou eu, numa fazenda cheia de árvores de albicocca. Onde o trabalho varia entre: colher, picar, fazer marmelada, chutney, suco, sorvete, tudo de albicocca. Claro, é a safra.
Então resolvi voltar a fita, esquecer todas as minhas velhas impressões, limpar o paladar e a cabeça e experimentar da melhor maneira que pode haver uma fruta: no pé, sendo eu escolhida pela fruta e não o contrário.
Que posso dizer?
Deliciosa!...tem uma textura diferente, o que antes eu achava poroso ruim, agora percebi o quanto pode ser poroso bom! E é justamente por isso que fica tão boa seca. Não tem acidez nenhuma, um perfume suave e um pouco mais seca que um pêssego. Acho que o mais importante foi parar de fazer relação com o pêssego, agora vi como são diferentes (até as árvores). O sorvete só com a fruta, um pouco de água e mel, é delicioso, feito quase na hora, é o néctar dos deuses!
Fiquei tão animada que já no primeiro dia  criei um ritual: a primeira e a última da colheita são para eu comer. E comer com o máximo de presença que consigo em todo o sabor, textura, cheiro da fruta. Fico ali, parada no meio do pomar gigante, sentindo o sol na cara e este novo velho sabor na boca.
Cheguei bem.




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