quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Meu aniversário e eu que bato palmas



Pois é, teve o aniversário.

33 anos, a idade de Cristo. Foi uma experiência nova, aniversário um pouco anônimo. Na verdade já tinha programado o almoço, que tinha gosto de despedida e de uma nova família. Teve direito a cardápio especial, e bolo no final, com velas e tudo. Casa de produtor de vinho é tudo de bom, bebemos um vinho branco austríaco que Pietro me deu uma aula sobre o sabor frutado e especial. Adorei. A noite um jantar com Alberto numa biosteria, imagina que numa cidade pequenininha como Cole Val'desa tem um restaurante orgânico, simples, delicioso, biológico. Fácil assim.

Essa coisa de sentir um carinho grande por pessoas que você conhece a pouco tempo é novo pra mim. Me lembro que antes de viajar, Meroca, uma amiga queridíssima me disse vai mesmo, vai conhecer o mundo, fazer amigos. Pra mim soou estranho. Pensava que amigos era coisa de convivência, com tempo, contato. Não se fazia amigos de verdade assim, em viagem. E este deve ter sido meu maior aprendizado. Tantas pessoas que num encontro de um dia já se tornavam queridas. Imagine então a família Majnoni, que desde o Brasil a Aurora já era uma super amiga e aqui nos tornamos verdadeiras irmãs. Nesta altura eu já tinha adotado o pai dela, Pietro, o irmão, tia, prima, gato, todos já moravam em meu coração! Aqui incluo duas mulheres lindas, que são exemplos para mim: Elena a irmã de Pietro e Christiane, a namorada. Não tenho palavras para agradecer a esta família. Foram muitos momentos especiais, divertidos e de aprendizado. O almoço de aniversário só podia ser ali, "minha casa" como dizia Pietro toda vez que eu retornava e exausta das viagens e andanças dormia horas e horas, como quem volta pra casa...

Aproveito o aniversário para agradecer a estes velhos novos amigos que fizeram desta viagem algo muito importante para mim, a descoberta deste amor que pode permear pessoas que mal se conhecem, mas que se conectam numa energia sutil, como se estes encontros já fossem programados de outros planos e aqui só temos que trocar um olhar e sorrir, foi o prêmio da viagem, sem sombra de dúvidas!

Aos amigos de Pádua, Davide, Simone e Sara, Paride e Vittoria. Vittoria foi a primeira pessoa que me comuniquei melhor (melhor soa um pouco engraçado...) nos meus primeiros dias de Itália. Numa noite que jantamos juntas rimos muito e ela me deu um super lição que não esqueci mais. Ela tinha feito uma experiência de um ano num país da Asia, acho que Tailândia e tinha todos os problemas com a língua e me disse para não deixar de me expressar por essas dificuldades, compartilhar, mesmo que dê trabalho formular uma frase inteira ;)

Aos queridos do Piemonte, familia e amigos do Regaldo. Uma honra estar no casamento da Paola e do Flavio, obrigada pela acolhida nos primeiros dias de Itália. Quero voltar no castelo para aprender as receitas que Pati disse que me ensinava depois que eu aprendesse italiano...

Família Pasolini e aqui inclui a grande família Pasolini: wwoofers, Dado, Kiko, Walter, Annalucia, Lorenzo e todos que encontrei e conheci ali na Officinalia, lugar de gente boa, alto astral e trabalhadeira! O passeio que fizemos num rio com águas sulfurosas e depois o pic nic em San Galgano é inesquecível, dos dias mais legais que tive na Itália! Adoro todos ali, do fundo do meu coração.

Outra família querida, que me acolheu prontamente, foi a família de Angelo Rossini. Adoro todos, e aqui também incluso os amigos Massimo e Maria (que espero esteja bem). Uma paisagem especial da mesa de jantar da casa, com aquele vale à frente e as montanhas de floresta atrás.

Em Puglia encontrei um super pai, Roberto, que sinto um carinho especial inexplicável. Toda a família é demais, adoro a nonna, Mariassunta, Stefânia (outra irmã desta viagem). O Salento se tornou meu cantinho querido na Itália, tudo melhor para mim vem dali: azeite, pasta, figos, melancia, o mar... sou passional nesta hora, totalmente. Ah, Mattia e Tino, a dupla! Queridos. Mattia foi dessas amizades relâmpagos, nos vimos uma vez em Pádua e vinte dias depois estávamos viajando juntos para Puglia no carro dele, fiquei na casa dele quase uma semana (veja bem, a gente se conhecia de uma noite numa mesa de bar...) e Tino virou o meu cão também, me acordava todo dia para a passeada matinal. O que me ocasionou algumas arranhadas básicas pelos braços e pernas, mas nada que já não esteja cicatrizado, ou que diminua meu carinho por aquele cão grandão e desajeitado ;)

Em Palermo outro fenômeno da verdadeira amizade feita em segundos. Emanuele e eu nos conhecemos no ônibus, indo para a praia. Eu estava sozinha, ele também. Começamos a conversar e daí a fazer várias coisas juntos foi um pulo. Férias a dois era muito mais divertido. Mas no primeiro dia, depois deu contar que minha mãe ficava super preocupada porque eu não tinha um cartão de crédito ele me emprestou um cartão de crédito recarregável, que você vai nos correios e deposita o dinheiro. É bom porque dá pra comprar passagem, fazer reservas em hotel e tudo mais pela internet. Tinha até saldo no cartão!!! Me disse que quando eu fosse embora mandasse pelo correio. Dá pra acreditar? Esse rapaz tem um coração de ouro! E tem um cantinho no meu coração também!

Daniela e Alberto, Michele e Laura, Caterina e Massimo, queria contar como cada uma dessas duplas foi sensacional e carinhosa comigo assim do nada, amizade gratuita com uma brasileira que falava mal o italiano e que haviam conhecido num final de semana no Salento e me receberam depois em Roma. Enquanto conhecia Roma com as super histórias de Caterina só conseguia pensar como era afortunada, nenhum guia chega aos pés dessa arquiteta divertida e carinhosa. São todos maravilhosos e super convidados para virem ao Brasil!

Então agora em bloco, pra não ficar grande demais (o que não quer dizer que sou grata-compacta, sou grata com um coração dilatado por todos estes encontros). Denis, meu primeiro e bem sucedido amigo couchsurfing, às meninas Lisa, Alice, Aurora, Aurora, pelo belo final de semana de chuva e pelo carinho que todas demonstram pelo Brasil ;) , família Caramadre, à querida família de Umberto, Gaia, Leone e Augusto. Inesquecível (eu estou sempre repetindo essa história) a carinha do Leone quando eu contei que nunca tinha visto neve e o grito - Mama, mama, lei ha mai visto neve! Amigos da vendemmia, que me proporcionaram uns dias bem divertidos no meio de tanto trabalho. Podestá, Claudia, Jeancarlo e Jacopo, uma turma que queria perto de mim todo o tempo. Adoro. Outra turma que é "a minha turma" são os amigos do Le Fornaci, Michele das cabras (a gente sacaneia ele que se identifica no telefone como o cara das cabras), Lea, Fran, Ba, Massimo, Marco, todo mundo que encontrei ali é show de bola, eu me sentia em casa, entre velhos amigos! Amigos do Terra Madre, especialmente minhas amigas de infância conhecidas ali a paulista Flora e a sergipana Cibele. Familia Sica, rápida e fácil interação, assim, perfeito. Michele e Elisa, este super casal que me adotou nas minhas passadas por Turim neste final da viagem. A todos de Maggiano, Laura, Luca, Andrea e Chiara, família linda que adorei conhecer e estar juntos, Elisabeta e Nicolò, Mila, Francesco, Sérgio...Alberto, este encontro não tenho palavras, deixo pra vida dizer.

Obrigada a todos, sei que muitos nem vão ver (ou entender) este post, mas foram todos muito importantes nestes últimos meses da minha vida. E principalmente me fizeram descobrir o lugar no meu coração onde mora este amor, construído assim, rápido, mas que depois é grande e num sai mais dali...







3 comentários:

  1. Queria que vc viajasse todo dia só pra ficar ouvindo suas historias!!!!

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  2. e tambem queria morar no brasil só pra experimentar suas novas receitas! :P

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  3. viajar eh comigo mesmo! rsrs. adoro. sou neta da maria helena andres!!!

    cozinhamos nas ferias, topa? vem logo!!!

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